Um estranho silêncio tomou conta de mim.
Frente a tantas verdades, mentiras, notícias inventadas, intepretações, vertentes, tendências e achismos, meu pensamento congelou, minha razão paralisou , minha lógica desapareceu e eu me vi estática, emudecida, frente a duas telas: a do PC e da TV. Na verdade, frente a tres telas: a da minha mente também.
Não sei mais o que pensar.Não penso mais nada.
Talvez seja medo de que algo esteja muito, muito errado e eu, intuitivamente, esteja captando.
Talvez seja cansaço apenas.
Mas - e essa seria a pior das hipóteses- talvez eu tenha incorporado o caos. E esteja, como meu País, perdida.
Não sei.
Sei apenas que houve um excesso de julgamentos, excesso de queixas, excesso de desejos. Excesso de interesses.
As ruas foram ouvidas. Mas talvez as ruas não soubessem como chegar a conseguir o que queriam. Não conhecem os caminhos e isso as coloca nas mãos dos costumeiros guias que os conhecem e muito bem. E então eu, decepcionada, e por me negar a confiar nestes mesmos guias que nos trouxeram aonde todos gritam não querer estar,talvez tenha parado, tenha sentado à beira do caminho esperando ...pelo que nunca mais vai voltar.
E isso é tudo o que sei expressar: um silêncio, um talvez, um tomara.
Com os dedos cruzados.
*dR
